Nesse período de crise econômica brasileira, você já deve ter ouvido falar na taxa Selic, não é mesmo? O que muitos brasileiros que estão buscando uma oportunidade de adquirir um imóvel não sabem é a relação que a taxa tem com os financiamentos.
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia que é definida pelo Banco Central. Os seus ajustes impactam diretamente o mercado imobiliário, principalmente no quesito financiamento. Desde meados de 2019, a taxa atingiu o menor índice da história, chegando aos 6%.
No entanto, afinal, como a taxa Selic influencia o mercado imobiliário? Entenda como você pode se beneficiar desse momento e adquirir o seu imóvel! Vamos lá?
O que é taxa Selic e como ela funciona?
A Selic é uma abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É uma maneira de calcular a rentabilidade dos investimentos do governo a partir dos chamados “empréstimos” realizados com os bancos em troca de títulos públicos.
Como é definido o cálculo e qual o período de ajustes?
O índice é definido por meio de reuniões entre o Comitê de Política Monetária (COPOM) e o Banco Central. São eles que ajustam e fixam o valor por um período, que pode ser trimestral ou anual, diante das questões econômicas e levando em consideração os resultados esperados.
Quais os impactos da taxa Selic no mercado imobiliário?
Os ajustes da taxa Selic causam efeitos diferentes na economia e no mercado imobiliário, por isso, separamos as informações para que você entenda.
Na economia
A movimentação da taxa Selic gera impactos na economia e, por consequência, nos investimentos. Quando o índice é reduzido, o crédito e o poder de compra da população aumentam, justamente porque a taxa de juros é reduzida junto.
No entanto, a inflação segue a tendência de subir para equilibrar o mercado, e os preços finais para o consumidor também são afetados porque ficam mais altos.
O contrário também tem seus efeitos positivos e negativos na economia. Quando a taxa Selic é ajustada para cima, a inflação reduz e fica sob controle. Com isso, os preços também ficam mais baixos e estáveis, sendo melhor para a população. No entanto, os créditos diminuem, e as taxas de juros aumentam.
Isso leva a custos de parcelamentos e financiamentos mais altos, além de os juros do cheque especial também subirem.
No mercado imobiliário
As taxas de juros são o norteador do mercado imobiliário, já que têm forte incidência na economia brasileira. Elas refletem diretamente no poder de compra do consumidor e na abertura de crédito imobiliário.
Quando os juros sobem e a Selic sobe, é um sinal de que a economia está em crise e de que é preciso tomar medidas econômicas para controlar os índices para que a inflação não saia do controle e para que os preços não subam tanto, reduzindo o poder de compra.
Com a taxa Selic alta, em meio ao pico da recente crise brasileira, os preços dos produtos e serviços precisaram ser ajustados para baixo, buscando o controle do índice inflacionário. Essa decisão interfere diretamente no mercado imobiliário, já que a retração leva à redução de linhas de crédito imobiliário, que tendem a aumentar os juros para financiamento, e os bancos diminuem os empréstimos porque o risco de inadimplência aumenta.
A taxa Selic influencia a compra de imóveis à vista?
A taxa Selic é o norteador do financiamento imobiliário, já que uma elevação no índice, consequentemente, gera um aumento dos juros. Por isso, as linhas de crédito são reduzidas pelos bancos e as compras de imóveis pela modalidade de financiamento também são reduzidas.
No caso da compra do imóvel à vista, a melhor opção se dá quando a taxa está mais alta, justamente porque, para ajustar o mercado, o preço dos produtos e serviços precisa ser reduzido.
Portanto, em meio às crises econômicas — ou logo no início da recuperação — está a melhor hora para comprar um imóvel com pagamento à vista, já que, nesses períodos, é possível adquirir bens que seriam mais caros, por preços mais acessíveis.
Na prática, se você quer comprar um imóvel de dois quartos com 50 metros quadrados em uma região por R$ 200 mil à vista, durante esse período de crise, e com a taxa Selic alta, você pode conseguir comprar o mesmo imóvel por R$ 180 mil à vista ou, então, um imóvel de três quartos com 70 metros quadrados pelos mesmos R$ 200 mil.
Quando a taxa Selic está baixa, o processo é inverso, e a melhor opção de compra é para pagamento a prazo, já que as taxas de juros fixas ficam muito baixas, fazendo com que, no decorrer do período, o imóvel tenha praticamente o mesmo valor pago em relação ao valor à vista.
Qual o histórico e quais as expectativas da taxa?
Entre 2015 e 2016, no auge da recente crise econômica que o Brasil viveu, a taxa chegou a 14,25% ao ano. Desde então, o governo vinha trabalhando para a redução da taxa, que, com o aumento, reduz o poder de compra da população e, consequentemente, aumenta as taxas de juros praticadas no mercado.
O reflexo da taxa Selic em índices mais altos é composto da redução do crédito e da desaceleração em investimentos, causando uma retração na economia.
Em 2019, o Banco Central já havia superado as expectativas de queda na taxa básica, trazendo o índice para 6,5% ao ano, sendo um marco histórico na economia. Mas, em 2020, o novo ajuste levou a taxa aos 6% ao ano para trazer um respiro maior para a economia e para fomentar os investimentos, principalmente no mercado imobiliário, que é o termômetro da economia brasileira.
Para quem está pensando em investir no mercado imobiliário, é muito importante ficar atento aos movimentos da economia. É importante analisar todas as variáveis que estão envolvidas na negociação para tirar o melhor proveito dos ajustes da taxa Selic no período a fim de tomar a melhor decisão de compra.
Que tal? Agora que você entendeu como funciona a taxa Selic em relação ao mercado imobiliário, aproveite e compartilhe este post nas suas redes sociais. Assim, outras pessoas podem se beneficiar e entender qual a melhor decisão de compra!